Na 28.ª Cimeira da União Africana, os Prémios de Excelência ALMA 2017 foram atribuídos aos seguintes países: Botsuana, Cabo Verde, Comores, República Democrática do Congo, Etiópia, Suazilândia e Uganda, pelos seus resultados na redução da taxa incidência e de mortalidade do paludismo; e ao Chade, pela seu papel de liderança na luta contra a malária.
Num período de avanços históricos sem precedentes no sentido da erradicação da malária em África, a African Leaders Malaria Alliance – Aliança de Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) galardoou hoje um total de oito países africanos que têm demonstrado empenho e inovação no combate à doença.
“Graças ao forte papel de liderança em África e ao estabelecimento de parcerias inovadoras, estamos a fazer progressos sem precedentes no combate à malária”, afirmou o Presidente do Chade, Idriss Déby Itno, actual dirigente máximo da ALMA, acrescentando que “p sucesso destes oito países demonstra o forte impacto que a dedicação e financiamento adequado podem ter”.
Os Prémios de Excelência da ALMA destinam-se a recompensar os países que demonstrem francos progressos no controlo e na erradicação da malária. O Botsuana, Cabo Verde, Comores, República Democrática do Congo, Etiópia, Suazilândia e Uganda, alcançaram uma redução de pelo menos 40% na taxa de incidência do paludismo entre os anos de 2010 e 2015.
A redução significativa da malária nos três países mais fortemente afectados pelo flagelo (RDC, Etiópia e Uganda) demonstra o que pode ser alcançado se existir empenho político, financiamento adequado e a implementação de iniciativas de controlo do vector e de tratamento individualizado com base científica e que sejam tecnicamente sólidas, mesmo nos casos em que a transmissão da malária é elevada.
Botsuana, Cabo Verde, Comores e Suazilândia foram galardoados por manterem os avanços anteriormente alcançados no período entre 2000 e 2010, mantendo o seu empenho na total erradicação do paludismo até 2020.
“Estamos a inverter a maré no combate à malária no continente africano”, declarou Joy Phumaphi, Secretária Executiva da ALMA: “Este sucesso está reflectido nos países que hoje são galardoados pela ALMA. Mas o trabalho ainda não está terminado. Devemos manter-nos firmes no sentido de alcançar o objectivo em eliminar o paludismo no continente africano.”
Os Prémios de Excelência 2017 da ALMA surgem apenas seis meses após a adopção do “Quadro Catalisador” na 27.ª Cimeira da União Africana, ocorrida no passado mês de Julho. Esse quadro estabelece um guia para os países africanos aumentarem os recursos internos, disseminarem a utilização de inovação e tecnologia e melhorarem as infra-estruturas no sector da saúde, na prossecução da erradicação da malária do continente até 2030.
“Felicitações aos vencedores. Saúdo a parceria continuada da ALMA no combate à erradicação da malária,” afirmou Kaloko, Comissário responsável pelos Assuntos Sociais na Comissão da União Africana, referindo que, “nesse sentido, o Quadro Catalisador fornece a orientação estratégica aos diferentes países com o objectivo de os auxiliar em alcançar o objectivo de controlo e erradicação da malária”.
Desde 2000, as taxas de mortalidade da malária em todo o continente baixaram em cerca de 62 por cento em todos os grupos etários, e 69 por cento em crianças até aos 5 anos. O aumento da população que dorme sob redes tratadas com insecticida ou protegida pela vaporização residual dos espaços interiores, os testes de diagnóstico em crianças e o tratamento de grávidas, contribuíram para diminuir significativamente a taxa de incidência e de mortalidade da malária em África. Estes resultados surgem numa altura em que os países africanos estão a consagrar um maior financiamento interno no combate à malária.
O crescente papel dos líderes africanos também se reflecte na recente constituição do End Malaria Council (Conselho para o Fim da Malária) – um grupo de líderes do sector público e da área empresarial, que se uniram para assegurar que a erradicação da malária se mantenha como uma prioridade a nível mundial. Cinco dos nove líderes do Conselho são africanos: Idriss Déby Itno, Presidente do Chade; Ellen Johnson Sirleaf, Presidente da República da Libéria e anterior presidente da ALMA; Jakaya Kikwete, antigo presidente da Tanzânia e presidente fundador da ALMA; Graça Machel, fundadora da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade; e Aliko Dangote, presidente e director-executivo do grupo Dangote. O Conselho irá explorar novas e inovadoras abordagens para desenvolver novas ferramentas e gerar financiamento.
A ALMA trabalhará também em estreita colaboração com o novo director-executivo da Parceria Roll Back Malaria, Kesetebirhan Admasu, antigo ministro da saúde da Etiópia.
O paludismo mantém-se como uma ameaça séria em África – a região continua a carregar o maior fardo da malária a nível mundial. Em 2015, 195 milhões dos 212 milhões de novos casos de malária e 394.000 dos 429.000 óbitos resultantes da doença a nível mundial registaram-se no continente africano.